GHOSTBUSTERS – MAIS ALÉM
½
Diário de Filmes 2022: 12
Onde ver: Apple TV.
Por Renato Félix*
Tributo para lavar a alma
Peter, Egon, Ray, Winston, Janine eram tão marcantes, cada um dos seu jeito, que renderam superbem também na série animada que veio depois. E é por isso que aquela releitura de 2016, Caça-Fantasmas, com um elenco todo feminino e completamente descolada do original, não funcionou tão bem. Infelizmente, não deu a mesma liga.
Daí que chegamos a esse Ghostbusters – Mais Além, em que a Sony tolamente desprezou o nome já consagrado por décadas da série aqui para usar o original em inglês. Ao contrário do filme de 2016, este é uma continuação direta dos dois filmes originais, de 1984 e 1989. Mais do que isso, é um belo tributo àqueles filmes e personagens.
Para começar, é dirigido e co-escrito por Jason Reitman, filho de Ivan Reitman, o diretor dos dois filmes originais. Um filme de filho para pai, sendo Jason um diretor que já entregou grandes filmes como Obrigado por Fumar (2005), Juno (2007) e Amor sem Escalas (2009), embora não tivesse mais acertado da mesma forma de lá para cá.
Os Caça-Fantasmas tinha roteiro de Harold Ramis e Dan Aykroyd, que interpretaram Egon e Ray no filme. Ramis morreu em 2014 e o filme é dedicado a ele, mas não só. A história é focada principalmente na filha e netos de Egon, que herdam dele uma casa numa cidadezinha no interior, onde ele vivia isolado em seus últimos anos.
Os dois netos e os amigos que fazem no lugar vão formar a nova geração de Caça-Fantasmas a partir da descoberta de quem era o avô e o que ele fazia ali. Essa atenção ao personagem e a aparição dos velhos colegas em algum momento são bonitos detalhes, tratados com ternura.
Muitas são evidentes e outras ficam a ser percebidas pelos mais atentos, como o fato de que Mckenna Grace usa até os mesmos óculos que Ramis usou em Os Caça-Fantasmas.
Mas Mais Além não se resume a isso, juntando um carismático grupo de jovens protagonistas em uma bem montada junção de aventura e comédia, sem querer inventar a roda. Os originais dão um suporte afetivo a essa nova geração em um filme que consegue apontar para um futuro possível sem precisar destruir o que veio antes. Pelo contrário: é para lavar a alma de qualquer fã.
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