Por Flávio Caldas
“O homem é o
lobo do homem”. Assim dizia o filósofo inglês Thomas Hobbes que, em sua teoria denominada de “Estado de
Natureza”, caracterizava o ser humano em um estado de eterno conflito, onde o
alcance da paz se daria apenas através da guerra, do afloramento de seus
desejos mais primitivos.
Quando nos
deparamos com um personagem como Wolverine o conceito cai como uma luva, pois
nos referimos a um ícone do universo dos quadrinhos com um histórico marcado
pela oposição entre o lado humano e o lado animal. Um conflito moral que mexe
com suas estruturas a ponto de incomodar o seu estado de sanidade, abrindo
precedentes para seu próprio questionamento sobre qual face de sua psique seria
a predominante? O homem ou o animal?
A minissérie
Wolverine Noir, de autoria de Stuart
Moore com arte de C. P. Smith,
transporta o personagem para a Nova York de 1937, para ser mais preciso, o
bairro de Bowery, região decadente, recheada de tipos marginais e perigosos, um
território de uma Nova York já preocupada com questões internacionais que
culminariam na segunda guerra mundial.

O avanço da
história nos brinda com as versões noir de personagens importantes para a
mitologia de Wolverine, como Victor Creed, também conhecido como
Dentes-de-Sabre e Yuriko Oyama, a Lady Letal. É uma trama dramática, realista
dentro de seu campo de atuação, com uma resolução bela e poética. E grandes
momentos da biografia do personagem são homenageados, como as clássicas
minisséries Origem (Paul Jenkis, Bill Jernas e Joe Quesada)
e Eu, Wolverine (de autoria de Frank Miller nos anos 80).
Um encadernado
recomendadíssimo, acessível para fãs ou não do personagem, seja você parte do
grupo de iniciados ou de leitores que não possuem o menor
contato como o material original.
Wolverine Noir
Autores: Stuart
Moore(roteiro)e C. P. Smith(arte)
Capa Dura, 104,
Formato 17x26cm
Editora Panini
R$ 19,90
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