O roteirista Brian Azzarello tem uma relação meio extremada com os leitores de quadrinhos: suas ou são aclamadas, ou odiadas. Foi assim com a cultuada série 100 Balas e também com a polêmica e mal afamada passagem dele pela série Hellblazer.
No caso da série Loveless – Terra Sem Lei, há um misto das duas coisas: enquanto a crítica aclamou o trabalho de Azzarello, o público torceu o nariz para a tentativa do escritor de revitalizar o gênero faroeste nos quadrinhos adultos norte-americanos. Uma pena, pois as baixas vendas forçaram o cancelamento do título após 24 edições, porém vale salientear que a série foi concluida.
O primeiro volume de Loveless – Terra Sem Lei, De Volta Pra Casa, reúne as cinco edições iniciais, assinadas pelo desenhista argentino Marcelo Frusin. Somos apresentados a Wes Cutter, veterano da Guerra Civil que retorna à sua cidade-natal, Blackwater, após o fim do conflito.
Cutter tem um mistério para resolver e um objetivo claro. Ele precisa descobrir o que aconteceu com sua esposa, Ruth, depois que ele partiu para a guerra e, após esclarecer esse ponto, ele pretende destruir todos na cidade.
Mesmo que não tenha feito muito sucesso, bastam as 10 primeiras páginas de Loveless para colocá-la entre as grandes HQs do ano. A introdução ao personagem de Cutter e seu envolvimento em um duelo estão entre os pontos altos da narrativa gráfica criada por Frusin e são a mais fiel tradução da estética dos westerns spaghetti para a linguagem dos quadrinhos que já li.
Alguns detalhes, no entanto, afastam Loveless do faroeste tradicional. Primeiro, a história não é ambientada nas pradarias desérticas do oeste norte-americano. A história se passa no Sul dos EUA. Com isso, em vez de índios, os negros são a minoria massacrada, mesmo com a abolição. Outra diferença está no aprofundamento da trama. Os personagens são mais multifacetados que os convencionais do gênero, geralmente tendo suas histórias de vida exploradas na revista.
Outro destaque é o papel fundamental desempenhado pelas cores de Patricia Mulvihill, que se integram a narrativa para além da mera ilustração. Um exemplo é nas sequências de flashback dentro de quadros onde a ação se passa no presente: basta a mudança nos tons das cores para diferenciarmos uma da outra.
A escalada da violência é uma marca deste primeiro volume de Loveless – Terra Sem Lei. Se você quer saber se quem estava certo era a crítica ou os leitores norte-americanos, só se aventurando a encarar as ruas perigosas de Blackwater.
Loveless vol 1 - Terra Sem Lei, de Azzarello e Frusin
Título original: Loveless
Publicado pela Panini em 2010
Brochura, 17x26cm
132 páginas coloridas
R$ 16,90
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