sábado, 4 de setembro de 2010

Frankenstein, adaptado por Sérgio A. Sierra e Meritxell Ribas


A primeira coisa que chama a atenção nesta adaptação de Frankenstein são os traços, que fazem com que os personagens pareçam bonecos de madeira entalhada, o que gera um efeito diferenciado e muito bonito, além de não influenciar em nada na fluidez dos movimentos. Mesmo sendo um desenho, não parece que os personagens se mexam de forma "dura" por causa da lembrança do entalhe em madeira.


A história é escura - e tem que ser! O início dela parece ser mais iluminado, até que o protagonista, Victor Frankenstein, se afunda cada vez mais em sua obsessão e dá vida a algo que não deveria estar vivo. Quanto mais obcecado se torna o pesquisador, mais escuro parece o ambiente à sua volta.

Este livro é uma bela adaptação da obra de Mary Shelley, de onde saiu o Frankenstein original, tantas vezes adaptado das mais diversas formas e que chegou a alguns filmes ou histórias de terror como um monstro cruel, montado por um doutor maluco. Ainda que a criatura Frankenstein apresente alguma crueldade, a história não é uma narrativa maniqueísta de bem contra o mal.


Sierra captou bem essa mensagem e mostra o criador como um jovem perseguido pelas mortes de entes queridos, apaixonado por ciências naturais e perseguindo algo que antigos pensadores propuseram: usar a eletricidade para dar vida a um corpo morto. Victor não tem intenções maléficas, apenas procura a evolução da ciência pela qual tem paixão. A criatura também não é má, apesar da aparência abominável, que afugenta o próprio criador, o pai. No entanto, ele é inteligente, tem sede de viver e de companhia, mas se torna vingativo contra uma espécie que o ameaça e o rejeita, apesar de suas tentativas de ser aceito. Seu ódio volta-se para o pai, a quem ele considera o responsável por abandoná-lo privá-lo de amor. Ou seja, é um trama muito mais complexa um monstro-aterrorisa-cidade.


Os quadrinhos captaram a essência da obra e traduzem a narrativa muito bem, a seu próprio modo. Por ser um suporte diferente, algumas coisas ficaram de fora, como os capítulos que mostram os terriveis estudos de Victor Frankenstein antes de montar a criatura. No entanto, isso não faz falta nenhuma nos quadrinhos, que, a meu ver, acrescentam muito à história pelo simples fato de ser quadrinhos. Por ter lido os dois, acredito que coisas como as expressões de sentimentos são melhor traduzidas do que no livro.

Frankenstein, adaptado por Sérgio A. Sierra e Meritxell Ribas
Publicado em 2009 pela editora Arx
Capa dura.
96 páginas.
Formato: 17 x 24,5 cm
R$ 44,00

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