Para começar, a “história da história” é que ele fez anúncios em jornais procurando modelos para serem desenhadas em seu mangá e cada historieta mostra como foi a “entrevista” com as moças. Elas são filmadas, fotografadas e, depois desenhadas. Sempre misturando fotografia e desenho, experimentando diferentes cores e intensidades, Boilet mostra que a relação das japonesas com a sexualidade é diferente daquela que as mulheres européias (ou mesmo brasileiras) possuem. Não há a relação sexo–culpa. No máximo, vergonha; que fica evidente, talvez, em Gansos Brancos e Pintas Escondidas, a história da modelo que não quer ser identificada pelos pais ou namorado. Gansos Brancos e Pintas Escondidas é, também, a história mais “desenhada”, em relação às outras.
As modelos não são perfeitas, voluptuosas, bundudas ou peitudas. São garotas normais, com defeitos, e, por isso mesmo, encantadoras. Possuem vidas comuns e - claro – desejos sexuais. Em algumas histórias, é isso mesmo que o desenhista-personagem pede delas: que explorem seus desejos. E por que mais estariam ali, se não fosse, inicialmente, o desejo exibicionista delas e o voyeurismo dele?
Frédéric Boilet é o precursor de um movimento que ele chama de nouvelle mangá, em referência ao nouvelle vague, do cinema francês. O movimento é uma tentativa de diminuir a distância entre os quadrinhos de diferentes nacionalidades.
Garotas de Tóquio foi publicado em 2006 pela Conrad, na (adivinha?) Coleção Eros. O autor já ganhou dois prêmios no Festival Intenacional de Quadrinhos de Angoulême, um dos mais importantes do mundo.
Lançado no Brasil em 2006 pela editora Conrad, na Coleção Eros.
Capa dura.
80 páginas.
Formato: 21,5 x 27,5 cm
R$ 25,00
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